+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 1,39-56
46Disse então Maria: “Minha alma engrandece o Senhor 47e meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador, 48porque Ele olhou para sua humilde serva; pois daqui em diante todas as gerações proclamarão que sou feliz!
49Porque o Todo-Poderoso fez por mim grandes coisas e santo é seu nome. 50De geração em geração se estende sua misericórdia sobre aqueles que o temem. 51Demonstrou o poder de seu braço e dispersou os que pensam com soberba. 52Derrubou os poderosos de seus tronos e elevou os humildes. 53Enriqueceu de bens os famintos e despediu os ricos de mãos vazias. 54Socorreu seu servo Israel, lembrando-se de sua misericórdia, 55como havia prometido a nossos pais, a Abraão e a seus filhos para sempre”. 56Maria ficou com Isabel uns três meses e depois voltou para casa.Palavra da Salvação.
A assunção de Maria ao céu deve ser entendida no contexto da totalidade de sua vida. Sem este enraizamento histórico, correr-se-á o risco de divinizá-la, a ponto de esquecer que o desfecho de sua vida está em perfeita sintonia com sua caminhada terrena. E mais: deve ser entendida como o reconhecimento divino de sua plena adesão ao desígnio que Deus tem reservado para cada ser humano. Maria soube viver com radicalidade este projeto.
Refletindo sobre a visita de Maria a Isabel, é possível detectar o elemento centralizador de sua existência: o amor entranhado pelo próximo, caminho de santificação.
Ao saber da gravidez da prima Isabel, Maria pôs-se, apressadamente, a caminho. Sem medir esforços nem intimidar-se pelos eventuais perigos que poderia encontrar ao longo do caminho, ela se sentiu no dever de colocar-se a serviço da parenta. Assim, durante três meses, a “humilde escrava do Senhor” tornou-se a “humilde serva de Isabel”. O serviço à prima era uma forma de desdobramento do serviço a Deus. Ou então, o serviço a Deus concretizava-se no serviço à sua parenta.
Este testemunho de amor gratuito e generoso não constituiu um fato isolado na vida de Maria. Ela se dispôs a servir a Isabel, e sempre esteve disponível para servir também a quantos dela precisassem. Por isso, mereceu ser acolhida na plenitude do amor de Deus.