O Senhor esteja convosco.
Ele esta no meio de nós.
+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São João 8,21-30
Gloria a Vós, Senhor.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:
1Disse-lhes ainda: “Eu me vou, e vós me procurareis e morrereis em vosso pecado. Para onde eu vou, vós não podeis ir”.22Comentavam os judeus: “Será que vai suicidar-se? Pois está dizendo: ‘Para onde vou, vós não podeis ir’”. 23E Jesus dizia-lhes: “Vós sois daqui de baixo, eu sou lá do alto. Vós sois deste mundo, eu não sou deste mundo. 24Já vos disse que morrereis em vossos pecados; pois, se não crerdes que eu sou, morrereis em vossos pecados”.25Diziam-lhe então: “Quem és tu?” Respondeu-lhes Jesus: “O que vos tenho dito desde o início. 26Sobre vós tenho muito a dizer e a julgar, mas aquele que me enviou é veraz e eu digo ao mundo o que dele ouvi”. 27Não entenderam que era do Pai que lhes falava.28Disse, então, Jesus: “Quando tiverdes levantado o Filho do homem, então sabereis que eu sou e que nada faço por mim mesmo, mas falo como o Pai me ensinou. 29E aquele que me enviou está comigo e não me deixou só, porque sempre faço o que lhe agrada”.30Após ter falado isto, muitos creram nele.
Palavra da Salvação.
Gloria a Vós, Senhor.
Estas declarações ecoaram de maneira bem específica nos ouvidos dos interlocutores de Jesus. Para os fiéis de tradição judaica, a expressão Eu sou evocava o nome divino, revelado a Moisés pelo próprio Deus ao lhe confiar a missão de liderar a libertação do povo judeu da opressão egípcia. Por conseguinte, as palavras de Jesus soaram, para a sensibilidade judaica, como verdadeiras blasfêmias.
O Mestre, porém, pensava de modo diferente e considerava pecado o fato de alguém não aceitá-lo na sua condição de Eu sou. De forma alguma, ele tinha a pretensão de ocupar o lugar de Deus. Ao afirmar Eu sou, visava revelar a sua radical comunhão com o Pai, até o limite de afirmar sua plena unidade com ele. O Pai a quem ele servia não era diferente do Deus da tradição de Israel. E mais, foi o Pai que o enviara com uma missão semelhante àquela confiada a Moisés, no passado. Como uma diferença, porém: tratava-se, agora, de promover uma libertação muito mais radical, do que aquela realizada pelo antigo líder.
Assim, revelando sua identidade, Jesus revelava também a sua missão. Ele fora enviado pelo Pai para resgatar a humanidade da escravidão do pecado.