+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus 5,1-12
1Vendo a multidão, Jesus subiu à montanha. Sentou-se, e seus discípulos aproximaram-se dele. 2Começou então a falar e os ensinava assim: 3“Felizes os pobres em espírito, porque é deles o Reino dos Céus. 4Felizes os que choram, porque Deus os consolará. 5Felizes os não violentos, porque receberão a terra como herança. 6Felizes os que têm fome e sede de justiça, porque Deus os saciará. 7Felizes os misericordiosos, porque conseguirão misericórdia. 8Felizes os de coração puro, porque verão a Deus.9Felizes os que promovem a paz, porque Deus os terá como filhos. 10Felizes os que são perseguidos por agirem retamente, porque deles é o Reino dos Céus. 11Felizes sereis vós, quando os outros vos insultarem e perseguirem, e disserem contra vós toda espécie de calúnias por causa de mim. 12Alegrai-vos e exultai porque recebereis uma grande recompensa no céu. Pois foi assim que eles perseguiram os profetas que vos precederam!”
Palavra da Salvação.
As bem-aventuranças têm a ver com o Reino de Deus proclamado por Jesus. Para compreender a pregação de Jesus sobre o Reino, urge reportar-nos à triste experiência de monarquia em Israel. A experiência frustrada do passado deveria ser retomada no presente, de maneira compatível com o querer do Senhor do Reino.
A ideologia real do Antigo Oriente atribuía aos reis, como tarefa primordial, a defesa dos mais fracos e pequeninos. Entre estes, em primeiro lugar, os pobres, os órfãos, as viúvas e os estrangeiros. Toda a política do reino deveria ter em vista favorecê-los, e impedir que se tornassem vítima da prepotência alheia.
Entretanto, os reis de Israel foram os primeiros a oprimir e explorar os pobres. De maneira inescrupulosa, fechavam os olhos para a violência que sofriam, tornando-se cúmplices desta afronta a Deus.
Esta experiência suscitou no coração dos pobres a esperança de que, um dia, Deus haveria de intervir na história humana, para estabelecer a ordem querida por ele, e fazer-lhes justiça. Para tanto, Deus encarregaria o seu Messias.
A palavras de Jesus, nas bem-aventuranças, enquadram-se nesta esperança dos pobres. Ele veio não apenas relembrar à humanidade o projeto de Deus, mas sim empenhar-se, de corpo e alma, para que, afinal, ele se implantasse na história humana.