+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São João 3,31-36
31“Aquele que vem do alto está acima de todos; aquele que vem da terra é terrestre e fala sobre coisas da terra. Aquele que vem do céu é superior a todos; 32dá testemunho do que viu e ouviu; todavia, ninguém acolhe seu testemunho. 33Quem acolhe seu testemunho atesta que Deus é veraz. 34Porque aquele que Deus enviou fala as palavras de Deus, pois ele dá o Espírito sem medida.35O Pai ama o Filho e entregou tudo em suas mãos. 36Quem crê no Filho tem a vida eterna; aquele, porém, que recusa crer no Filho não verá a vida; mas sobre ele pesa a cólera de Deus”.
Palavra da Salvação.
A origem divina de Jesus permitiu-lhe falar das coisas de Deus com uma autoridade desconhecida. Até então, os sábios e doutores de seu tempo limitavam-se a interpretar as Escrituras, buscando-lhes sentidos ocultos. Nesse afã, acabavam por complicar tanto a Palavra de Deus a ponto de pensarem que somente um pequeno grupo de privilegiados estavam em condições de compreendê-la e praticá-la.
Jesus rompeu com este esquema e se declarou apto para dar testemunho de tudo quanto viu e ouviu do Pai. Ele não era rabi no sentido tradicional, e sua relação com as Escrituras era de total liberdade. Sua Palavra era a Palavra de Deus, comunicada à humanidade, sem necessitar de interpretações casuísticas e sofisticadas. Por outro lado, Jesus falava pela força do Espírito que lhe fora comunicado pelo Pai.
Assim sendo, quem quisesse ter acesso à Palavra de Deus, em sua integridade, sem as deformações das interpretações humanas, necessitava recorrer a Jesus. Esta Palavra era penhor de vida, por colocar no caminho de Deus, quem se abrisse para ela. Pelo contrário, quem se fechasse à Palavra de Jesus e a recusasse, deveria por-se de sobreaviso, pois pesava sobre ele a ira de Deus. Isso por que fechar-se para Jesus redundava em fechar-se para Deus. E dar as costas à Palavra de Jesus corresponde a dar as costas para Deus. O discípulo precisa ponderar isto com cuidado.