O Senhor esteja convosco.
Ele esta no meio de nós.
+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 19,45-48
Gloria a Vós, Senhor.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:
45Entrando no templo, começou a expulsar os vendedores, dizendo-lhes: 46“Está escrito: ‘Minha casa deve ser lugar de oração! Mas vós a transformastes em caverna de ladrões!’”47E ele ensinava todos os dias no templo. Os chefes dos sacerdotes, os escribas e os líderes do povo procuravam tirar-lhe a vida. 48Mas não achavam um meio de fazê-lo, pois todo o povo o ouvia extasiado.
Palavra da Salvação.
Gloria a Vós, Senhor.
A situação em que se encontrava o templo de Jerusalém fez Jesus relembrar as palavras dos profetas do passado a respeito da sua função e da corrupção que se abateu sobre ele. O profeta Isaías havia anunciado a finalidade do templo: “casa de oração para todos os povos”, por conseguinte, lugar do encontro dos filhos com o Pai, e não só de Israel mas também dos povos espalhados por toda a extensão da Terra. O profeta Jeremias, horrorizado com as abominações cometidas no espaço sagrado, comparou com um “covil de ladrões” o lugar onde o nome de Deus era invocado.
Sendo “casa de oração” não se justificava o comércio instalado no templo, no tempo de Jesus. Seria ingênuo pensar que, por se desenvolver no recinto do templo e ter a finalidade de prestar um serviço aos peregrinos vindos de longe, o comércio aí fosse imune das mazelas próprias desta atividade. Pelo contrário, auferiam-se lucros abusivos, o ideal de serviço desaparecera dando lugar à exploração, a sacralidade do templo foi violada pelo afã de fazer comércio. Por conseguinte, o culto prestado a Deus pelos peregrinos de boa-fé desenrolava-se em meio a toda sorte de vilipêndio dos seus sentimentos mais sagrados.
A atitude firme de Jesus, que chegou às raias da indignação, justifica-se pelo seu empenho de recuperar a verdadeira imagem de Deus, da antiga tradição teológica de Israel, e o verdadeiro sentido do espaço sagrado: ser lugar de oração.