O nome Daniel significa “Aquele que é julgado por Deus” ou “Deus assim julgou”, ou ainda, “Deus (El) é meu juiz”.
O profeta Daniel, também chamado de Beltessazar, foi um jovem príncipe judeu levado como prisioneiro de guerra pelas tropas do Império Babilônico, em meio à Rebelião para Independência de Judá. Ele serviu ao rei Nabucodonosor II e seus sucessores com lealdade e competência até o momento em que a Babilônia foi conquistada por Ciro, o Grande,e através da sabedoria oriunda de seu Deus, Jeová, ele interpretou os sonhos e visões de reis, tornando-se uma figura proeminente na corte da Babilônia.
Daniel não é considerado um profeta no Judaísmo, mas os rabinos o consideravam o membro mais ilustre da diáspora babilônica, insuperável em piedade e boas ações, firme em sua adesão à Lei apesar de estar cercado por inimigos que procuravam sua ruína. Daniel é considerado um profeta no Cristianismo e, embora não seja mencionado no Alcorão, fontes muçulmanas o descrevem como um profeta.
As únicas informações sobre Daniel encontram-se no livro bíblico que leva seu nome. Nenhuma menção é feita, entretanto, do local de nascimento ou da família de Daniel. Não se sabe se ele pertencia à família real judaica ou de uma família nobre do Reino de Judá. Daniel era parente do rei Zedequias; essa afirmação é apoiada pela tradição rabínica, Nada se sabe sobre os primeiros anos de sua vida, exceto que ele foi levado para a Babilônia na adolescência.
Jeoaquim, rei de Judá, no terceiro ano de domínio babilônico sobre seu reino, rebelou-se e declarou independência. Nabucodonosor II, imperador da Babilônia, atacou Jerusalém, e os seus soldados cercaram a cidade. Nabucodonosor conquistou a cidade e tomou os objetos de valor que havia no Templo de Jerusalém para que fossem conduzidos ao templo do seu deus, na sala do tesouro. Então Nabucodonosor, segundo o relato bíblico, chamou Aspenaz, o chefe dos seus eunucos, e ordenou que escolhesse entre os jovens prisioneiros israelitas das famílias que haviam liderado a rebelião judaica, ou seja, da família real e dos nobres.
Todos eles deviam ter boa aparência e não ter defeito físico; deviam ser cultos e instruídos. E precisariam aprender a língua e estudar os escritos dos babilônios, a fim de prepará-los para o serviço governamental. Entre os que foram escolhidos estavam Daniel, Hananias, Misael e Azarias. Aspenaz lhes deu outros nomes babilônicos, isto é, Beltessazar, Sadraque, Mesaque e Abednego, respectivamente. Eles moraram no palácio real, hoje identificado com o sítio arqueológico de Kasr, na margem ocidental do Eufrates. De acordo com a tradição rabínica, Daniel e outros príncipes judeus foram castrados por ordens do rei babilônico, com o objetivo de desencorajar lideranças e frustrar o sentimento de independência em meio ao povo dominado.
Após um treinamento de três anos, Daniel e seu companheiros foram apresentados a Nabucodonosor que, segundo o relato: “os achou dez vezes melhores do que todos os mágicos e astrólogos em seu reino.”
No segundo ano de seu reinado, Nabucodonosor teve um sonho que o deixou profundamente angustiado, então convocou seus sábios, adivinhos, astrólogos e feiticeiros para que interpretassem seu sonho. Na ausência de uma resposta satisfatória, o rei ficou irritado e ordenou que todos os sábios do reino fossem executados. Daniel, que não estava presente naquele episódio, também foi preso mas, ao saber do ocorrido, falou com Arioque, chefe da guarda, e pediu prazo para responder ao soberano. O pedido foi atendido. Daniel e seus companheiros oraram a Deus pedindo-lhe que revelasse o sonho do rei. Naquela noite, em uma visão, o sonho do rei foi revelado a Daniel e, no dia seguinte, o profeta apresentou-se ao rei posteriormente contando o sonho de Nabucodonosor, bem como sua interpretação correspondente. Fazendo isso, Daniel salvou da execução a si mesmo e os outros sábios. Este fato marcou o reconhecimento de Daniel, que foi nomeado governador da província da Babilônia e chefe dos sábios. Da mesma forma, os três jovens judeus receberam cargos importantes na administração imperial.
Durante o reinado de Ciro, Daniel se sobressaía no serviço governamental e estava prestes a ser promovido sobre todo o reino, quando a inveja e o ciúme induziram os outros funcionários a tramar a sua execução. A lei que induziram o rei a decretar tinha de envolver a adoração de Deus por Daniel, visto que não podiam achar nenhuma falta nele. Essa intriga valeu-se da fidelidade do profeta a Deus, pois o decreto caprichoso do rei proibia qualquer pedido, fosse a um deus ou a um homem exceto o soberano, por trinta dias.
Quando Daniel soube que o decreto havia sido assinado, ele continuou a orar três vezes ao dia, como de costume; então os outros funcionários o encontraram orando a Deus, pelo que foi acusado de violar o decreto real. O rei agiu com relutância na execução da lei,lançaram Daniel na cova dos leões. Por causa da firme integridade e fé do profeta, Deus enviou seu anjo para salvá-lo da boca dos leões. Na manhã seguinte, Dario foi verificar o que aconteceu com Daniel, e se surpreendeu ao ver que o profeta não sofreu nenhum dano. Dario executou então justiça, ordenando que os conspiradores fossem jogados imediatamente na cova dos leões
Não existem registros da data e circunstâncias de sua morte. A última menção de Daniel no Livro de Daniel é no terceiro ano de Ciro e é possível que Daniel não vivesse ainda muito tempo depois disso. Se ele era adolescente quando foi levado a Babilônia, então tinha mais oitenta anos de idade quando recebeu a visão registrada nos capítulos 10 a 12 de seu livro. A declaração do anjo a Daniel: “Quanto a ti mesmo, vai para o fim; e descansarás, porém, no fim dos dias erguer-te-ás para receber a tua sorte”, parece indicar que sua vida estava chegando ao fim, tendo ele a certeza de ser ressuscitado..