O Senhor esteja convosco.
Ele esta no meio de nós.
+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Marcos 8,1-10
Gloria a Vós, Senhor.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:
1Naqueles dias reuniu-se de novo numerosa multidão e não tinham o que comer. Então Jesus chamou os discípulos e disse-lhes: 2“Tenho compaixão desta gente, pois já faz três dias que estão comigo e não têm o que comer. 3Se eu os mandar para casa em jejum, desfalecerão no caminho. E alguns deles vieram de longe”. 4Responderam-lhe os discípulos: “De onde se poderia trazer pão para saciá-los aqui no deserto?” 5Perguntou-lhes: “Quantos pães tendes?” Responderam: “Sete”. 6Mandou então que a multidão se acomodasse no chão e, tomando os sete pães, deu graças, partiu-os e ia dando-os aos discípulos para que os distribuíssem. Eles os distribuíram à multidão. 7Tinham também alguns peixinhos. Depois de abençoá-los, mandou que os distribuíssem também. 8Eles comeram e ficaram satisfeitos. E com os pedaços que sobraram recolheram sete cestos. 9Eram cerca de quatro mil. Ele os despediu, 10e logo, entrando na barca com os discípulos, partiu para a região de Dalmanuta
Palavra da Salvação.
Gloria a Vós, Senhor.
A Festa de Corpus Christi foi instituída pelo papa Urbano IV em 11 de agosto de 1264, em vista de destacar a dimensão sacramental que a tradição romana associou à última ceia de Jesus, já celebrada na semana santa.
A ceia é um momento de alegria, partilha e comunhão. Descartando a manducação do cordeiro pascal, Jesus apresenta-se como o pão que dá a vida, e o vinho que alegra a todos, inaugurando a nova celebração do Reino de Deus. A Eucaristia é a celebração da comunidade viva, animada pelo Espírito, unida em torno de Jesus, empenhada em cumprir a vontade do Pai, que é vida para todos.
O milagre da multiplicação dos pães põe em relevo uma dimensão irrenunciável da Eucaristia: a lição da partilha. Este é seu eixo principal.
Como no deserto, tudo começa com a partilha da palavra. Jesus era incansável no seu afã de falar às multidões a respeito do Reino de Deus, revelando-lhes os mistérios, e abrindo-lhes as mentes e os corações para a grandeza inimaginável da misericórdia divina. As palavras de Jesus preenchiam um vazio na existência daquele povo, abandonado e desorientado, vagando como se fosse ovelhas sem pastor.
À partilha da palavra segue a partilha do pão. Embora, na opinião dos discípulos, fosse mais prudente despedir as multidões, para irem comprar pães nos vilarejos próximos, o Mestre julgou mais conveniente que eles mesmos providenciassem o alimento necessário, sem se importar com a quantidade de pessoas. E aconteceu o milagre: a multidão foi saciada graças à iniciativa de Jesus, e sob sua orientação.
A Eucaristia simboliza a partilha que deve acontecer no dia-a-dia do cristão. O pão-Jesus, recebido sacramentalmente, alimenta o discípulo para que esteja sempre disposto a partilhar. Seria contraditório receber Jesus eucarístico e permanecer fechado no próprio egoísmo, insensível às necessidades das outras pessoas. A festa da partilha eucarística deve ser prenúncio da festa da partilha no mundo.