Jesus está presente no mundo, no meio dos homens quando o testemunhamos, quando somos fiéis aos seus ensinamentos e praticamos a justiça, o amor e o perdão.
Como festa eclesial da volta de Jesus ao Pai, fixada nos quarenta dias após a Páscoa, a Ascensão teve a sua proveniência no Oriente, ao fim do século IV e Pentecostes se tornará a festa da vinda do Espírito Santo. A festa tornou-se realidade também no Ocidente como a subida de Jesus à direita de Deus .
Esta comemoração não tem um caráter cronológico, mas teológico-catequético.
Lucas, nos Atos dos Apóstolos, quis afirmar que Jesus, o crucificado, ressuscitou e foi acolhido por Deus. Os dois anjos com vestes brancas são os mesmos que apareceram no dia de Páscoa, relatado em seu Evangelho.
A Ascensão do Senhor é sua a entrada para a glória do Pai, sentado à sua direita, assim como a Sagrada Escritura fala (Mc 16,19; Ef 1,20) e a Igreja profere a verdade de fé pelo creio. Ascensão é uma palavra latina, cujo significado é: subir, elevar-se[1]. Em relação a Jesus, foi a sua volta para Deus, uma vez que de Deus viera, por obra do Espírito Santo, encarnou-se no seio da Virgem Maria, proclamou a Boa Nova do Reino de Deus, curou muitas pessoas, expulsou demônios, deu vista aos cegos, ressuscitou mortos, enfrentou junto às autoridades, a sua morte de cruz, morreu, e, Deus Pai o ressuscitou dos mortos (At 2,24; 5,30), de modo que ele voltou para a casa do Pai, onde está sentado à sua direita. Esta festa aponta à nossa vida futura, a vida de pessoas que ressuscitadas, viverão para sempre com o Deus Uno e Trino e na comunhão dos santos e das santas. Vejamos a seguir estes pontos na Patrologia, patrística, os primeiros séculos do cristianismo.
O mesmo Lucas, autor do Evangelho que leva seu nome, escreveu nesse seu outro livro uma cena muito mais simples – Jesus se elevou aos céus perante seus discípulos.
O céu, entendido a partir do Evangelho de Jesus, não é o além das estrelas e das nuvens. Isso seria um céu materializado, continuação do nosso mundo. Céu é a comunhão plena com o Pai, a sintonização absoluta com sua santíssima vontade e a vivência radical da caridade, do amor, a plenitude do amor fraterno, em total ágape e comunicação com a Trindade.
Jesus subiu ao céu no mesmo instante de sua morte, mas os discípulos só foram compreendendo isso aos poucos, a partir do terceiro dia.
O Senhor volta para o Pai e, ao mesmo tempo, está conosco, ao nosso lado. Isso é possível porque Deus é onipotente, está em toda parte, em todo lugar. Principalmente porque ele nos ama e quem ama deseja ficar ao lado do ser amado.
Jesus está presente no mundo, no meio dos homens quando o testemunhamos, quando somos fiéis aos seus ensinamentos e praticamos a justiça, o amor e o perdão.
Sua obra de redenção continua no mundo, através da ação da Igreja, através de nossa ação de batizados. Somos os continuadores de sua missão redentora. Ele investe todos nós nessa missão ao dizer: “Toda autoridade me foi dada no céu e sobre a terra. Portanto, ide e fazei discípulos meus todos os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, e ensinando-os a observar tudo o que vos ordenei!”.
Ascensão não é despedida, afastamento de Jesus, mas outro modo de Ele estar presente ao nosso lado através de sinais. Por isso ele acrescenta: “Eis que eu estarei convosco todos os dias, até o fim do mundo”.
E os sinais serão nossa prática de caridade fraterna, nossa ida aos marginalizados, aos sofredores, nossa vida alicerçada nos valores do Reino e não nos contravalores de uma sociedade materialista e consumista.
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