+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São João 5,33-36
33Vós mandastes perguntar a João, e ele deu testemunho da verdade. 34Quanto a mim, não é de um homem que recebo testemunho; mas vos digo isto para vossa salvação. 35João era o facho que arde e ilumina, e a sua luz vós quisestes vos alegrar por um momento.36Mas eu tenho um testemunho maior que o de João: as obras que o Pai me deu para levar a bom termo, estas obras que eu faço dão testemunho a meu respeito de que o Pai me enviou.
Palavra da Salvação.
A aceitação de Jesus como Messias não dependia tanto do que ele falava de si mesmo, quanto de seus gestos poderosos. Ele foi sempre muito parco e discreto em se referir à sua pessoa. Afinal, é muito fácil alguém se superestimar ou afirmar de si mesmo coisas infundadas. E não é difícil amealhar pessoas incautas e manipuláveis predispostas a transformar em verdade o que é pura imaginação, quando não, exploração da boa-fé alheia.
Jesus sempre apelava para o testemunho de suas obras para respaldar sua condição de Messias. Tudo quanto fazia era apresentado como resultado de sua obediência ao Pai. Não atuava por iniciativa própria, nem realizava milagres a seu bel-prazer. Todo o seu ministério consistiu em realizar o projeto de Deus, de modo a manifestar o imenso amor do Pai pela humanidade. Aqui, também, Jesus revelava-se humilde. Jamais buscou atrair para si glória e reconhecimento, devido a seus gestos poderosos. Antes, atribuía-os todos ao Pai.
Assim, o reconhecimento do messianismo de Jesus tinha como pressupostos: acreditar que o Pai, por seu imenso amor pela humanidade, confiou a seu Filho Jesus a tarefa de manifestá-lo por meio de gestos de bondade e misericórdia, como era o caso dos milagres; e crer que Jesus submeteu-se à vontade paterna. Seu messianismo partia do Pai e a ele remetia. Este era o contexto de suas obras.