Cultura popular e religião se misturam no festejo em todo país
Mês de Junho: celebramos a festa de Santo Antônio, São João e São Pedro.
“Anarriê, pula a fogueira, oia a cobra, é mentira, oia a chuva, é mentira ”.
Essas são algumas das frases típicas muito usadas durante as festas juninas, que além da tradição de alegrar o povo no mês de junho, celebram a memória de três santos católicos: Santo Antônio, no dia 13 de junho, São João Batista, dia 24, e São Pedro, no dia 29. Herança religiosa portuguesa que o Brasil cultiva até hoje a cultura popular e da celebração dos santos que deram origem aos festejos juninos.
É neste período que as fogueiras, comidas típicas, brincadeiras, balões, bandeirinhas e as quadrilhas juninas tomam conta dos salões, praças e igrejas para celebrar a festa dos santos católicos. O festejo que une o religioso e a cultura popular é comemorado nos quatro cantos do país. Em cada região, a festa assume uma particularidade seja no passo da música ou na preparação das comidas. Mas, o que garante unidade do festejo é a alegria do povo.
Luiz Gonzaga ilustra muito bem esses momentos em sua música “Noites Brasileiras”: “Ai que saudades que eu sinto/ Das noites de São João/ Das noites tão brasileiras na fogueira/ Sob o luar do sertão./ Meninos brincando de roda/ Velhos soltando balão/ Moços em volta à fogueira/ Brincando com o coração/ Eita, São João dos meus sonhos/ Eita, saudoso sertão”.
O frei Mário Sérgio dos Santos Souza pároco da paróquia Santo Antônio, na arquidiocese de Feira de Santana (BA), ressalta que o tempo passa e essa expressão cultural se preserva sobretudo no Nordeste do Brasil.
“Por isso, o sertão é tão cantado, o grande flagelo da seca, os namoros ingênuos e apaixonados, os santos também, as letras com certas denúncias da fome e da miséria em que vivia esse povo, mas nunca perdeu a fé a capacidade de se divertir. São João é esperado com toda a expectativa pelos nordestinos. É a festa que marca a identidade desse povo”.
O Nordeste é a região que ainda concentra as grandes festas juninas como a de Caruaru (PE) e a de Campina Grande (PB), que é considerada o maior São João do Mundo. A natividade de São João Batista é comemorada pelo povo com reza, forró, quadrilhas, confraternização, comida, bebida e fogos.
“As cidades se enfeitam e se transformam em grandes arraias. Esta alegria contagiante tem razão de ser: João Batista nasce para anunciar Jesus Cristo e apresentá-lo ao mundo. Ele está associado a esta grande alegria, que invadiu o mundo a mais de dois mil anos atrás”.
Brasília (DF) por ser uma cidade que congrega pessoas de todas as regiões do país também tem tradição junina com a realização do “Maior São João do Cerrado” que acontece na capital do país sempre em agosto. “O São João é festa de dentro para fora, que se aconchega na lida do povo, celebra um Brasil profundo, abarrotado de histórias, fulejo, audácia e fé”, os festejos juninos além da difusão de costumes e da cultura regional, representam fonte significativa para o desenvolvimento econômico e sociocultural das regiões em que ocorrem com maior intensidade, movimentando a economia e o turismo nacional.