+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São João 20,19-23
19Na tarde desse mesmo dia, que era o primeiro da semana, estando fechadas, por medo dos judeus, as portas do lugar onde os discípulos estavam reunidos, entrou Jesus, colocou-se no meio e disse-lhes: “A paz esteja convosco!” 20Dizendo isto, mostrou-lhes as mãos e o peito. Os discípulos ficaram cheios de alegria ao verem o Senhor. 21De novo lhes disse: “A paz esteja convosco! Como o Pai me enviou, também eu vos envio”. 22Depois dessas palavras, soprou sobre eles e disse-lhes: “Recebei o Espírito Santo.23Àqueles a quem perdoardes os pecados, serão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, serão retidos”.
Palavra da Salvação.
A comunidade cristã primitiva situou a celebração do dom do Espírito Santo na festa judaica de Pentecostes, festejada 50 dias após a oferta a Deus do primeiro feixe de cevada. O pentecostes judaico estava essencialmente ligado à colheita. Daí ser uma festa alegre e jubilosa, onde se louvava a Deus pelo abundância do trigo, sinal de fartura, de bem-estar, de felicidade. Numa sociedade agrícola, nada melhor que uma boa colheita.
O Pentecostes cristão é, também, de certa forma, uma festa de colheita. Nele se celebra os frutos do amor de Deus derramado no coração humano, movendo-o para a fé, resgatando-o da morte, abrindo-o para o amor e a solidariedade, levando-o a superar toda forma de egoísmo e escravidão, refazendo nele a dignidade de filho de Deus. Todo ser humano, independentemente de raça, gênero, ou condição social, é chamado a beneficiar-se da misericórdia divina. Os primeiros cristãos perceberam que isto já estava acontecendo, e reconheceram aí a ação do Espírito de Deus.
Ao longo de seu ministério, Jesus havia prometido aos discípulos dar-lhes o Espírito Santo, como auxílio para a missão que lhes seria confiada. Ele teria a função de recordar-lhes tudo, inspirá-los nos momentos de dificuldade, para não desanimarem. “Recebei o Espírito Santo”. Desta forma, Jesus realiza a sua promessa. Daí para a frente, tratava-se de plantar, pois o Pai garantiria a colheita, pela ação do seu Espírito. E haveria motivos para festejar!