A saudação angélica que o Arcanjo Gabriel dirigiu à Virgem Santíssima ecoa ao longo dos séculos. Apesar de sua forma tal como a conhecemos hoje ser relativamente recente, a “Ave Maria” é a oração mais repetida pelos lábios dos católicos.
A primeira parte da oração, como se sabe, foi tirada das Sagradas Escrituras. Foi composta, portanto, pelo próprio Deus, tendo saído da boca de São Gabriel – “Alegra-te, ó cheia de graça, o Senhor é contigo” – e de Santa Isabel – “Tu és bendita entre as mulheres e bendito é o fruto de teu ventre!” . As duas frases compõem um louvor à Virgem Maria e, ao mesmo tempo, uma profissão de fé nos mistérios relacionados à sua vida.
Era rezada desde os primórdios na liturgia bizantina e foi adicionada à liturgia latina por São Gregório Magno, que a manteve como antífona do ofertório.
A segunda parte da oração, bem posterior, é uma súplica dos fiéis, que foi somente no século XV que o santo Papa Pio V, acrescentou a segunda parte da Ave Maria: “Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós pecadores agora e na hora de nossa morte. Amém.” E foi nesta época também que se acrescentou o nome “Jesus” no final da primeira parte, e definiu o texto da oração tal como é conhecida hoje, já com o acréscimo dos nomes de Jesus e Maria.
Vale a pena lembrar o sermão no qual S. Bernardino de Senna (+ 1444) ao comentar a Ave Maria disse que ao final desta se poderia acrescentar “Santa Maria, rogai por nós pecadores”. A súplica a Maria começa com a adjetivo santa, porque Maria é a primeira entre todos os santos venerados pela Igreja, pois somente Ela é “cheia de graça”.
Ave Maria, cheia de Graça (Lc 1,28)
o Senhor é convosco (Lc 1,28)
Bendita sois vós entre as mulheres (Lc 1,42)
e Bendito é o Fruto do vosso ventre, Jesus (Lc 1,42)
Santa Maria, Mãe de Deus (Jo 1,14; Mt 1,23)
rogai por nós, pecadores (Jo 2,1-5)
agora e na hora de nossa morte (Jo 19,25-27)